sábado, 25 de abril de 2009

Hagar o Horrivel nosso de cada dia


Colaboração: Pr Fernando Siqueira

Você conhece o Hägar, o horrível? Ele não é nenhum líder evangélico ou escritor conhecido na área do casamento e da família. Ele está todos os dias nas páginas de grandes jornais do Rio de Janeiro E São Paulo. Hägar, o horrível, às vezes é irônico e como o próprio nome diz, é um tremendo pessimista. Ele é um viking e sua esposa se chama Helga. O personagem de quem estou falando é uma criação de Dik Browne. Hägar, o horrível, tem me ensinado muito sobre os relacionamentos e principalmente como me relacionar com a minha esposa.

Num dia desse, ele apareceu conversando com um sábio. Ele perguntou: “O sábio, diga-me qual o segredo de um casamento feliz?” O sábio, sentado numa posição mais elevada, respondeu: “Você deve estar disposto ao sacrifício, filho. Você precisa deixar a bebida alcoólica, as brigas e as noitadas. Tomar banho diariamente, parar de falar palavrão, ajudar sua mulher nas tarefas de casa!”. “Está brincando? E como isso vai me fazer feliz?”, replicou Hägar, com um ar de espanto e com os braços abertos. O sábio coloca a mão no queixo, enruga a testa e pergunta: “Ah, você é que quer ser feliz?”.
Sabe de uma coisa: quantas vezes eu e você nos identificamos com o Hägar, o horrível? Não queremos viver no casamento e na família, um amor sacrificial. Aquele amor que se doa para o bem-estar do bem-amado. Que está sempre interessado no outro. Não queremos abrir mão dos nossos prazeres pessoais, não estamos atentos à nossa higiene pessoal, não cuidamos das nossas palavras, do uso do nosso tempo com os amigos, não ajudamos o outro nas tarefas da casa. Esquecemos de que quando lutamos e trabalhamos para a construção de um casamento e uma família feliz, estamos construindo a felicidade do outro e a partir daí é que seremos felizes.
Muitos estão infelizes e frustrados no casamento porque estão perguntando ao outro: “O que você pode fazer para fazer-me feliz?”. Quando a pergunta certa é justamente ao contrário, isto é: “O que eu posso fazer para que você seja mais feliz no casamento?”. Quando ambos fazem a segunda pergunta, com certeza, a relação será mais agradável e feliz.
Portanto, da próxima vez que estiver mais preocupado em ser feliz no casamento, lembre-se de que estará se identificando com o Hägar, o horrível.
Lembre-se de que só seremos felizes no casamento e na família quando estivermos dispostos a dar a nossa colaboração na construção de um casamento e de uma família feliz. E então, beberemos juntos desta mesma felicidade. Lembre-se, acima de tudo, daquelas palavras de Jesus registradas em Mateus 7.12, que muito tempo antes de Dik Browne criar o Hägar, o horrível, disse: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens (esposos, esposas, filhos e pais) vos façam, fazei-lho também vós a eles”.
Que o Senhor das Famílias nos abençoe! Pr.Gilson Bifano




20 e poucos anos

Fernando Siqueira

Aqueles que têm bem mais que vinte e poucos anos devem se lembrar da música cantada pelo Fábio Jr. O título é "Vinte e poucos...".
Relembre a letra.
"Você já sabe, me conhece muito bem, eu sou capaz de ir e vou muito mais além do que você imagina. Eu não desisto assim tão fácil, meu amor, das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz. Na vida tudo tem seu preço, seu valor, e eu só quero dessa vida é ser feliz. Eu não abro mão! Nem por você, nem por ninguém, eu me desfaço dos meus planos. Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos. Tem gente ainda me esperando pra contar, as novidades que eu já canso de saber. Eu sei também que tem gente me enganando, mas que bobagem! Já é tempo pra crescer. Eu não abro mão...".
Você já tinha notado como o protagonista do discurso dessa música é egoísta? Ele não abre mão dos seus planos por ninguém, nem por aquela pessoa que ele chama de "meu amor". Ele se orgulha de ser irredutível quando se trata de perseguir aquilo que ele quer na vida. Sabe, nesse tantos anos de aconselhamento de casais eu já vi muita gente com um discurso parecido.
Homens e mulheres que se casam, mas não abrem mão de alvos particulares. Seus casamentos rumam para o fracasso. Não estou dizendo que alguém que se casa deve anular seus sonhos,deve desistir de tudo, mas casamento implica em "abrir mão" de muitas coisas pelo bem do relacionamento com a pessoa que amamos. Se existem sonhos que, na sua opinião, são inegociáveis, antes de se casar deixe isso bem claro para o seu noivo ou noiva. Se o outro compartilhar dos seus sonhos, ou se, pelo menos, não for algo que contrarie o seu projeto de vida, então tudo bem.
O problema é quando isso não fica claro antes do casamento. E quanto aos sonhos e planos que surgem depois do casamento. A resposta é simples. Tudo deve ser compartilhado e decido em conjunto. Uma hora um vai ter que abrir mão de suas vontades, noutra ocasião é o outro. Não é possível ter um relacionamento feliz quando só uma das partes dita o rumo de tudo na vida da família. Quando os filhos nascem, as coisas mudam ainda mais. O desfazer dos planos é ainda mais comum, visto que uma vida em família estável e sem sobressaltos é importante para a formação da criança.
Conheço um pastor que deixou de aceitar um convite para pastorear uma grande igreja por causa dos filhos. Ele entendeu que Deus não queria que ele aceitasse o convite baseado na reação dos filhos diante de uma nova mudança. Existem mulheres bem sucedidas que abriram mão dos seus sonhos para cuidarem da família e para cultivarem seu casamento. Ele diz, com razão: "na vida tudo tem seu preço, seu valor". É a mais pura verdade! E o preço de ser feliz no casamento é abrir mão de muitos planos pessoais, de muitos objetivos que não são comuns aos outros membros da família.
O compositor resume o porquê de "não abrir mão" dos planos. É que ele é tão egoísta que diz: "eu só quero dessa vida é ser feliz". Aqui está o seu grande engano. Ele não pensa em fazer o seu amor feliz, mas a si mesmo. Ele não entende que fazendo o seu cônjuge feliz, que ele também será feliz.

Um comentário:

DANIEL NASCIMENTO disse...

Obrigado Pastor, pela coloboração, adorei o texto "20 e Poucos anos", com certeza algumas vezes é necessário abrir mão dos nossos planos, e por amor temos que abrir mão,e a felicidade de um tem que ser a felicidade do outro.